quarta-feira, 24 de julho de 2013

Entrevista - BRKsEDU

Você pode assistir ou não a seus vídeos, gostar ou não dele, concordar ou não com suas opiniões, o que você não pode é negar que Eduardo Benvenuti, o BRKsEDU, é um dos pioneiros em fazer vídeos sobre jogos no Brasil. Sua contribuição para o cenário gamer do Youtube brasileiro é grandiosa. Não por acaso acaba de completar 1.000 vídeos em seu canal principal e segue reunindo mais e mais fãs.

Provavelmente já o viu em ação em games FPS ou em seus vlogs diretamente do Canadá, mas agora você vai conhecer um pouco mais. Gostos, opiniões, influências, música, redes sociais, enfim, tudo que construiu esse que é um dos principais ídolos da juventude gamer brasileira você pode conferir abaixo nessa entrevista exclusiva.

Missingno News: Em primeiro lugar, se apresente para todos que possam vir a não te conhecer.
Eduardo Benvenuti: Meu nome é Eduardo Benvenuti, mas sou mais conhecido na internet como BRKsEDU e produzo videos de games e entretenimento em geral para o Youtube. Antes, eu era analista de tesouraria.

MN: Quando começou a fazer vídeos com foco para internet/youtube e como percebeu que essa rede social em especial poderia te ajudar profissionalmente?
Edu: Comecei em Novembro de 2010. Uns bons meses depois que comecei percebi que o ritmo de crescimento do canal estava cada vez maior e que havia grande potencial no Youtube ao observar como canais americanos, canadenses e britânicos estavam se desempenhando.

MN: Como foi o crescimento do canal e a entrada para o Machinima?
Edu: O canal cresceu sempre num ritmo forte, principalmente no período de 6 meses até 18 meses depois da criação. Nesse período, o algoritmo de destaque do Youtube jogou muito a meu favor e eu ganhava grande exposição através da página inicial da plataforma.

MN: Você chegou a trabalhar para o Machinima, certo? Quais funções desempenhou e o que precisava fazer?
Edu: Nunca tive vínculo empregatício, mas trabalhei para eles com contratos. Fui recrutador e minha função era selecionar canais para fazerem parte da rede. Fui também consultor, ajudando-nos com a expansão do MachinimaBrasil. Porém, atualmente, não faço mais nada além de produzir vídeos. E não está nos meus planos voltar a fazer outras coisas além de produzir vídeos.

MN: Já sofreu preconceito de alguns que acham que não é um trabalho de verdade produzir vídeos para o Youtube? O que acha dessa opinião?
Edu: Provavelmente já, mas como foco no que é positivo, não consigo me lembrar de como ou quando isso aconteceu. Se alguém acha que produzir videos para o Youtube não é um trabalho de verdade, então esta pessoa é ignorante, simples assim.

MN: E quanto aos xingamentos, como recebe comentários ofensivos? Acha que a internet, por possibilitar o anonimato, aumenta a coragem dos que ofendem e se torna uma “terra sem lei”? Como resolver essa questão?
Edu: Se uma pessoa respeitosa for dura comigo, levo numa boa. Se a pessoa perde o respeito, eu ignoro o comentário e bloqueio o usuário. A internet não aumenta a coragem das pessoas, apenas expõe mais facilmente o desrespeito e ignorância da população. A internet, através das midias sociais, é uma vitrine. 

MN: O que pensa do crescimento das redes sociais? Ela pode desempenhar ou já desempenha, na sua opinião, a função dos sites de noticiar e informar as pessoas?
Edu: Eu me informo do que acontece no mundo dos games através de uns poucos sites (VG247, PixelEnemy, GameInformer, GameFAQs, GamaSutra) e das mídias sociais. Twitter, Facebook e Youtube são, sim, plataformas para veicular notícias.

MN: Atualmente parece ter uma rivalidade entre internet e televisão. Acha que os dois meios podem conviver bem ou de fato tem uma competição?
Edu: Os dois meios nunca vão conviver bem pelo simples fato de a televisão ser manipuladora, mentirosa e não trabalhar de forma colaborativa. Digo isso de maneira geral, obviamente há exceções. Mas, no geral, a televisão tenta minar o crescimento da internet, já que vê na internet um grande risco de perder publico, o que de fato é verdade e já esta acontecendo.

MN: Falemos de vídeo game. Qual foi seu primeiro console e qual o primeiro game que jogou?
Edu: O primeiro console que joguei e tive em casa foi um Atari 2600. O primeiro console que ganhei foi um Top Game, um Famiclone (NES).

MN: O que lembra de mais ter jogado na infância?
Edu: Mario, Mario e Mario ate meus 12 anos. A partir daí joguei muitos RPG's (Final Fantasy, Breath of Fire, Arc the Lad), aventura (Rayman, Banjo Kazooie, Crash Bandicoot) e futebol (Winning Eleven com os amigos).

MN: Quais seus jogos e gêneros favoritos?
Edu: Jogos: The Last of Us, Final Fantasy, Mario, Castlevania (Symphony of the Night, especificamente). E gêneros: RPG, Aventura, Plataforma e FPS.

MN: Atualmente, em qual plataforma prefere jogar?
Edu: Prefiro jogar em consoles, apenas isso. Não gosto tanto de jogar em PC, pois nunca tive costume de usar mouse e teclado, o que me deixa um tanto quanto descoordenado com games de PC.

MN: O que espera do PS4 e do Xbox One e qual sua análise do Nintendo WiiU?
Edu: PS4 vai sair na frente do Xbox One, já que a Sony demonstrou focar muito mais em jogos do que a Microsoft, e já que o trabalho de relações públicas da Microsoft foi uma tragédia para o Xbox One. Porém, creio que tanto o PS4 quanto o Xbox One serão boas plataformas de jogos e terão ótimos lançamentos (tanto exclusivos quanto multi-plataformas). 
O Nintendo Wii U vem sendo um fracasso. As vendas estão baixas pois faltam lançamentos fortes, e com vendas baixas não há suporte de third-parties. Sem suporte de third-parties, ficamos com poucos lançamentos, e o ciclo de fracasso continua. Isso só vai passar quando a Nintendo lançar mais jogos AAA (Mario, Metroid, Punch Out, F-Zero, Zelda, Pilotwings, Pokemon, etc).

MN: Dessa geração que está acabando, qual você acha que foi a nova franquia que melhor se estabeleceu? E qual foi o melhor jogo?
Edu: Muito difícil dizer. Tivemos grandes franquias que surgiram ou despontaram na geração que está acabando: Borderlands, Bioshock, Gears of War, Uncharted, The Last of Us (que possivelmente vai virar franquia), LittleBigPlanet, Halo, God of War, etc. O melhor jogo na minha opinião foi The Last of Us. Porém, ainda não joguei Bioshock Infinite, e ainda temos pela frente Watch Dogs, GTA V e outros lançamentos fortes.

Edu cita The Last of Us como melhor jogo desta geração. Game da Naughty Dog ganhou nota 10 da gente

MN: Vejo que muita gente pergunta sobre morar fora do Brasil pra você. Vi alguns vídeos que você aponta alguns pontos negativos do Brasil. Então queria saber como está vendo de longe essas manifestações populares que continuam acontecendo por aqui. Tenho amigos que também moram fora que disseram que é a primeira vez que dizem com orgulho que são brasileiros. O sentimento é mais ou menos esse?
Edu: Eu nunca tive orgulho ou desgosto de ser brasileiro. Porém amo o Brasil, e sou muito grato por ter nascido no Brasil. Aprendi muito ao longo da minha criação, e provavelmente muitas coisas que aprendi no Brasil eu não teria aprendido em outro lugar. Por isso, não trocaria meu País de origem de forma alguma. Se eu pudesse voltar no passado e escolher meu País natal, teria mantido o Brasil!
Meu sentimento em relação às manifestações é de receio. Eu receio que isso não passe de um momento e que nada mude. As pessoas estão se manifestando a respeito de coisas que eu tento combater há tempos, porém eu nunca vi resultado nas minhas revoltas contra as coisas erradas do Brasil. O ditado diz: "incomodados que se mudem". Foi exatamente o que fiz. 
De coração, eu espero que me provem que estou errado, espero que as manifestacoes tenham resultado. Mas para que elas tenham resultado é necessário, na minha humilde e não necessariamente correta opinião, ter um plano de longo prazo, investir muito em educação, saúde e segurança, remover o voto obrigatório, incentivar o trabalho (e não bolsa-esmola) e promover respeito e integridade. 

MN: Queria que falasse também como foi a mudança, estudar no Canadá. Já está morando em definitivo?
Edu: Ainda não tenho residência permanente, mas o processo está ocorrendo bem, a tendência é que em breve eu consiga a residência em definitivo. A mudança para o Canadá foi muito fácil, já que aqui há muito mais respeito e civilidade que no Brasil. Alem disso, a cidade onde vivo é muito calma, mas oferece ótima infra-estrutura, o que significa que tenho um ótimo sistema de saúde, segurança, educação, etc. Enfim, aqui tenho tranquilidade, qualidade de vida.
Estudar no Canadá foi uma excelente experiência. Aprendi muito no meu curso (tanto academicamente falando quanto em termos de língua Inglesa e lições de vida). 

MN: Por fim, queria falar sobre música. Já vi alguns covers seus de bateria. É o único instrumento que toca?
Edu: Toco apenas bateria sim. Adoraria tocar outros instrumentos, mas me falta motivação e tempo para estudar guitarra, baixo ou piano.

MN: Você fala muito de Dream Theater. Quais bandas mais gosta de ouvir e quais músicos te inspiraram a aprender música?
Edu: Minhas bandas preferidas são: Genesis (época prog rock, não pop), Yes, Dream Theater, Symphony X, Death, Blind Guardian e Ayreon.

MN: Qual o melhor show que já viu na vida?
Edu: Pergunta difícil, mas acho que foi o show do Rick Wakeman, em São Paulo.

MN: Morando fora, acredito que tenha a oportunidade de ver alguns shows que morando no Brasil seria difícil...
Edu: Sinceramente, não faz tanta diferença. O Brasil recebe muitas bandas legais, o problema é que normalmente o ingresso no Brasil sai muito caro. Aqui sai mais barato.

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